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Aumento das chuvas extremas no Sul do Brasil é verificado desde 1950, segundo estudo – veja comparativo das chuvas

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Odonto

Desde 1950, a região Sul do Brasil tem enfrentado um aumento significativo em eventos de chuvas extremas, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Essa tendência foi destacada por um estudo conduzido por pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) em parceria com o Met Office, o serviço meteorológico nacional do Reino Unido. O estudo, financiado pela FAPESP através do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), foi publicado na revista Earth and Space Science.

Os pesquisadores analisaram dados de estações meteorológicas globais, abrangendo o período de 1950 a 2018, para avaliar indicadores de extremos climáticos. Os resultados mostraram que, no período estudado, a região Sul do Brasil experimentou grandes áreas contíguas com dias de chuvas intensas – acima de 10 milímetros – e aumentos significativos de cerca de 2 milímetros por década.

As mudanças climáticas geralmente são provocadas pela ação humana – em especial a emissão de gases do efeito estufa liberados com a queima de combustíveis fósseis –, e tornaram as chuvas no Rio Grande do Sul mais intensas. A explicação por trás disso, em particular o aumento de dias de chuvas extremas, é que a umidade que a atmosfera consegue reter, o que chamamos água precipitável, ou seja, umidade que está na atmosfera e pode se tornar chuva, depende da temperatura do ar.

Mas o que provoca o excesso de chuva?

Altas temperaturas e diminuição da camada de Ozônio são as principais causas da ocorrência de chuvas intensas, o que traz enchentes, inundações e destruições para as cidades.

Utilizando como fonte dados os índices pluviométricos divulgados pela Cotriel, montamos um comparativo para demonstrar a diferença dos anos de 2023 e 2024, na quantidade de chuvas que foram registradas. Observe nas tabelas abaixo:

2023 2024 Diferença
Maio Junho Total Maio Junho Total 2023/2024
Espumoso 219 173 392 595 292 887 495
Alto Alegre 146 188 334 592 283 875 541
Salto do Jacuí 230 183 413 864 307 1171 758
Depósito 278 128 406 878 296 1174 768
Pantano Grande 261 164 425 485 188 673 248
Campos Borges 255 121 376 775 248 775 399
Estrela Velha 310 209 519 766 310 1076 557
Pontão do Butiá 255 166 421 711 279 990 569
Serra dos Engenhos 276 129 405 903 288 1191 786
Capão do Valo 175 137 312 765 252 1017 705
Arroio do Tigre 223 162 385 854 296 1150 765
Sobradinho 217 192 409 944 281 1225 816
Tunas 263 159 422 889 308 1197 775
Campo Comprido 255 126 381 867 294 1161 780
Campina Redonda 266 184 450 661 255 916 466
Jacuizinho 245 147 392 798 302 1100 708
Rincão do Ivaí, Salto do Jacuí 247 185 432 969 300 1269 837
Mormaço 289 208 497 667 418 1085 588

Na tabela, podemos notar que nos meses de maio e junho de 2024 choveu mais do que nos mesmos meses de 2023, com uma diferença significativa.

Já na tabela abaixo, o comparativo entre o ano de 2023 e 2024 (até 26/06)

2023 2024 Diferença
Espumoso 2597 1556 1041
Alto Alegre 2242 1457 785
Salto do Jacuí 2167 1950 217
Depósito 2578 1733 845
Pantano Grande 1742 1226 516
Campos Borges 1460 1576 -116
Estrela Velha 2514 1834 680
Pontão do Butiá 2579 1620 959
Serra dos Engenhos 2471 1834 637
Capão do Valo 1920 1607 313
Arroio do Tigre 2036 1749 287
Sobradinho 1904 1930 -26
Tunas 2286 1983 303
Campo Comprido 2330 1731 599
Campina Redonda 2670 1524 1146
Jacuizinho 2252 1765 487
Rincão do Ivaí, Salto do Jacuí 2493 2138 355
Mormaço 2809 1871 938

Podemos observar que Campos Borges e Sobradinho já ultrapassaram em 2024 a quantidade de chuvas de todo o ano passado, e muitas das localidades da área da Cooperativa, em quase dois meses (pois ainda estamos no dia 26), os índices se aproximam da precipitação de todo 2023.

Lagoão e Segredo estão na listagem para demonstrar a quantidade de chuva dos meses citados, não tendo registro do ano anterior.

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