Na manhã desta quinta-feira (15/6), a Delegacia de Polícia de Dois Irmãos coordenou a Operação Lügen, que teve como objetivo avançar nas investigações de crimes de estelionato e extorsão. Dez mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas cidades de Caxias do Sul, Alvorada, Estância Velha, Charqueadas, Porto Alegre e Dois Irmãos.
A operação visava desarticular esquemas criminosos relacionados a golpes dos nudes e estelionatos, com três inquéritos instaurados. Quatro dos indivíduos investigados já estavam presos, o que levou à execução de mandados em três casas prisionais: Cadeia de Porto Alegre, Penitenciária Estadual do Jacuí e Presídio de Caxias do Sul. Além disso, oito contas bancárias foram bloqueadas judicialmente, seguindo uma representação de sequestro formulada pela Delegacia de Dois Irmãos.
Durante as buscas, um homem de 28 anos, procurado por um mandado de prisão relacionado a uma condenação por tráfico de drogas, foi localizado e preso em um dos endereços.
Segundo o delegado Felipe Borba, responsável pela operação, as investigações tiveram início há quatro meses, após casos de golpes dos nudes e estelionatos envolvendo três vítimas residentes em Dois Irmãos. Um dos casos resultou em um prejuízo de aproximadamente 100 mil reais, levando a vítima a solicitar empréstimos a parentes e ultrapassar os limites de crédito bancário pessoal.
Borba ressaltou a importância de não ceder às solicitações ou exigências de estelionatários ou extorsionários, pois o comportamento das vítimas pode incentivar a perpetuação do crime. Ele orientou as pessoas a encerrarem e bloquearem o contato com os criminosos, além de comunicarem qualquer fato semelhante à Polícia Civil, mesmo que não desejem representar criminalmente. A intenção é que as vítimas possam esclarecer dúvidas e compreender melhor a situação em que se encontram.
O delegado destacou que pelo menos dez pessoas estão envolvidas no esquema criminoso, o que levou ao pedido judicial de sequestro dos valores depositados nas contas bancárias. Ele ressaltou a importância de a polícia não apenas indiciar os suspeitos, mas também buscar reparar os prejuízos patrimoniais das vítimas e evitar que os criminosos se beneficiem das práticas ilícitas.
Com a quebra de sigilo bancário e a análise do material apreendido durante a operação, espera-se identificar outras pessoas que possam ter participado do esquema criminoso.
O delegado Borba mencionou que a investigação desse tipo de crime tem se tornado cada vez mais complexa. Os criminosos utilizam números de telefone celular e abrem contas bancárias em nome de laranjas, aproveitando a falta de obstáculos suficientes nos sistemas de telefonia móvel e financeiro para impedir essas práticas. Além disso, o crime de estelionato exige que a vítima manifeste a vontade de representar contra os autores para que a polícia possa instaurar inquérito policial, e muitas pessoas não procuram as autoridades por receio ou vergonha.
Borba também comentou sobre a relação dos crimes de estelionato com outras infrações penais, observando um aumento no número de pessoas envolvidas com tráfico de drogas e crimes violentos que passaram a aplicar golpes ou migrar para esse tipo de crime. Isso demonstra a importância de combater esses delitos, já que os ganhos financeiros muitas vezes acabam financiando a prática de outras infrações e aumentando a capacidade econômica de facções criminosas.
A operação contou com a participação de 40 policiais civis, equipes de policiais penais operacionais da SUSEPE e da Brigada Militar.
Com informações: Fernando Kopper
Fonte: Polícia Civil RS






