Uma amostra de rocha coletada pelo rover Perseverance, da Nasa, em uma antiga planície de rio seco na Cratera de Jezero, em Marte, pode conter evidências de vida microbiana antiga. A amostra, batizada de “Sapphire Canyon”, foi retirada no ano passado de uma rocha chamada “Cheyava Falls” e, segundo um artigo publicado na revista Nature, contém potenciais biosassinaturas. As informações foram divulgadas no site da Nasa.
Descoberta surpreendente
A descoberta foi surpreendente por envolver uma das rochas sedimentares mais jovens já investigadas pela missão. Isso sugere que a Cratera de Jezero pode ter sido habitável por um período mais longo do que se pensava.
Instrumentos científicos do rover, como o PIXL e o SHERLOC, analisaram a rocha e encontraram manchas coloridas com uma composição química rica em carbono orgânico, enxofre, ferro oxidado e fósforo, elementos que poderiam ter servido como fonte de energia para a vida microbiana.
Embora esses minerais também possam ser formados sem a presença de vida, os dados mostram que a rocha não foi exposta a condições de alta temperatura ou acidez que causariam a formação abiótica.
Próximos passos
A comunidade científica busca “provas extraordinárias” para reivindicações astrobiológicas. A publicação dos resultados em uma revista revisada por pares é um passo crucial para garantir o rigor e a validade dos dados.
Embora as explicações abióticas sejam menos prováveis, os cientistas não podem descartá-las completamente. A amostra “Sapphire Canyon” é uma das 27 coletadas pelo rover desde seu pouso em fevereiro de 2021.
O Administrador Interino da NASA, Sean Duffy, afirmou que a descoberta é o “mais próximo que já chegamos de descobrir vida em Marte”. A agência espacial segue com a missão, que inclui também o estudo de materiais para futuros trajes espaciais, com o objetivo de “colocar botas americanas no solo rochoso de Marte”.
Correio do Povo