O caso da menina Izabelly Carvalho Brezzolin, de 11 anos, pode tomar novo rumo a partir desta semana.
Os pais da menina, Elisa Carvalho de Oliveira, 36, e José Lindomar Brezzolin, 55, estão presos por suspeita de estupro seguido de morte. Contudo, o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) indica que a vítima morreu por sepse, ou seja, infecção generalizada decorrente de complicações de uma pneumonia.
Foi divulgado também que o corpo da menina não teria apresentado qualquer indício de violência física ou sexual.
Em comunicado oficial na segunda-feira, 12, o diretor técnico Paulo Almeida, da Irmandade da Santa Casa de Caridade de São Gabriel, que atendeu Izabelly e a transferiu ao Hospital Universitário de Santa Maria na última quarta, 7, informou que, “após avaliação clínica e realização de exames de imagem, foi identificado um quadro de pneumotórax”.
Diante da necessidade de cuidados intensivos especializados, Izabelly foi encaminhada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de Santa Maria, onde faleceu na quinta-feira, 8.
A Santa Casa ainda corrobora com o resultado do IGP ao esclarecer que “nenhum dos exames realizados no momento da admissão apontou fraturas de costelas ou indícios de violência sexual” e que “não possui qualquer relação com as informações que vêm sendo divulgadas sobre o caso”.
Na tarde de segunda-feira, 12, o delegado Daniel Severo expôs que “para o interesse da investigação, e das diligências que ainda temos pra cumprir, foi decretado sigilo sobre o inquérito do caso da Izabelly”.
A defesa de Elisa, representada pela advogada Rebeca Canabarro, também se manifestou por meio de nota e ressaltou que trabalha no pedido de liberdade da investigada.
Disse também que “o laudo ainda não aportou nos autos do inquérito policial, já tendo a defesa requerido a remessa para a Delegacia de São Gabriel, mas até o momento não houve retorno”, por isso, aguarda o acesso ao documento para posicionamento oficial sobre o resultado do IGP.
Segundo Rebeca, o documento “ratifica o posicionamento inicial da defesa, qual seja: a inocência da investigada, visto que, preliminarmente, ecoa em inúmeros outros elementos informativos produzidos no inquérito policial”.
Brezzolin segue até o momento sendo representado pela Defensoria Pública do Estado. Os pais de Izabelly estão presos preventivamente desde quarta-feira, 7, e negam possível crime contra a criança.
“CARÍCIAS INAPROPRIADAS”
Na última sexta-feira,(9/5), o delegado expôs que o pai se negou a falar no primeiro interrogatório, mas se manifestou no segundo. Negou que tenha batido na filha e relatou que não sabe o que teria acontecido. Além disso, não teria acusado a mãe de qualquer crime. Elisa contudo, teria se manifestado mais no primeiro depoimento.
“Relata, nos últimos meses, carícias inapropriadas do pai na filha. Querendo dar colo a uma menina grande e desenvolvida, abraços que envolviam carícias demasiadas, inclusive passando as mãos em volta dos seios da vítima. Que isso foi objeto de discussão pelo casal e que o marido ameaçou ela, mas não sabe o que ocasionou as lesões que levaram a vítima à morte”, informou Severo.
A MÃE TAMBÉM NÃO TERIA ACUSADO BREZZOLIN
Ambos teriam dito que Izabelly estava com dor de ouvido e cólicas no domingo, 4, e que, naquela segunda-feira, 5, já estava com fala arrastada, “só dormindo”. A partir de terça-feira, 6, à tarde, já não falava.
“Somente na quarta-feira, 7, ao final da manhã, é que a mãe levou a filha para o hospital, onde ela chegou em quadro severo de insuficiência respiratória, e foi logo intubada e também colocado dreno para combater o pneumotórax.”
O delegado informou que foram ouvidos familiares, inclusive um que divide o mesmo terreno da família, o taxista que levou Izabelly ao hospital e pessoas ligadas à escola. Sobre o núcleo familiar disse que: “era uma família muito reclusa, com pouquíssimos amigos, e que quase ninguém frequentava a casa”.
Sobre as possíveis lesões, Severo disse na sexta-feira, 9, que era “EVIDENTE” que as lesões, costelas quebradas e sangramento genital, conforme havia divulgado inicialmente eram anteriores à quarta-feira, (7/5) e que esperava que o IGP conseguisse identificar a cronologia dos fatos.
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