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Polícia indicia sobrevivente por homicídio culposo no caso de família intoxicada por monóxido de carbono em Vacaria

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Foto: Bruno Todeschini / Divulgação
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Conforme a investigação, Maique Santos da Silva, 31 anos, tinha o dever legal de vigiar o gerador de eletricidade movido a gasolina que causou a morte da companheira dele, Cíntia de Moraes Costa, e das filhas dela, Ana Júlia Costa da Silva, Cintia Maria Costa da Silva e Samara Costa da Silva

A Polícia Civil concluiu que houve crime de homicídio culposo majorado no caso da família que morreu intoxicada por monóxido de carbono, em Vacaria. No inquérito, concluído nesta terça-feira (16), foi constatado que um dos sobreviventes, Maique Santos da Silva, 31 anos, tinha o dever legal de vigiar o gerador de eletricidade movido a gasolina que causou a morte da companheira do homem, Cíntia de Moraes Costa, 36, e das filhas dela, Ana Júlia Costa da Silva, 15, Cintia Maria Costa da Silva, 11, e Samara Costa da Silva, três, no dia 10 de março.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Anderson Silveira de Lima, durante as investigações ficou constatada negligência, visto que o gerador deveria ter sido desligado, e imprudência, pela obrigação de não ligar o equipamento dentro de casa. Além de homicídio culposo, o crime foi considerado majorado porque, apesar de não ter sido intencional, acabou resultando na morte de menores de 14 anos.

Em depoimento à polícia, Silva afirmou que o gerador foi colocado dentro da casa porque a família temia que o equipamento fosse furtado. Ele irá responder em liberdade. O advogado de defesa foi procurado, e assim que houver manifestação a reportagem será atualizada. O inquérito foi entregue ao Poder Judiciário de Vacaria.

Ao longo da investigação, Polícia Civil também ouviu testemunhas, sobreviventes e familiares das vítimas, assim como fez o encaminhamento de exames de necropsia e pesquisa sanguínea nos corpos de mãe e filhas. Em um dos laudos foi constatado que as vítimas fatais apresentavam concentração de mais de 50% de carboxihemoglobina no sangue, o que diminuiu a disponibilidade de oxigênio nos tecidos e causou as mortes.

Além de mãe, filhas e Maique, também estavam na casa Vitória Costa da Silva, sete, e Elias Costa Costa da Silva, nove. Os três sobreviventes ficaram nove e 23 dias hospitalizados respectivamente.

Relembre o caso
Por volta das 8h30min do dia 10 de março, um domingo, Jonas Borges de Oliveira,32, chegou na casa da namorada, Ana Júlia Costa da Silva, na Rua Noel Rosa, no bairro Vitória, em Vacaria. A adolescente morava com a mãe, Cíntia de Moraes Costa, cinco irmãos e o padrasto, Maique Santos da Silva.
Ele estranhou a demora da família para abrir a porta e conseguiu entrar na casa pela janela, quando encontrou todos desacordados. Jonas chamou os socorristas e a Brigada Militar (BM). Quando as equipes chegaram, Cíntia já estava morta.

Os filhos e o companheiro dela foram encaminhados ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira (HNSO), em Vacaria.

Samara Costa da Silva, Cintia Maria Costa da Silva e Ana Júlia Costa da Silva morreram no mesmo dia na instituição de saúde.

Vitória Costa da Silva e Elias Costa Costa da Silva, além de Maique, foram hospitalizados e chegaram a ser transferidos para Santa Maria, mas receberam alta no dia 1º de abril. Maique deixou o hospital no dia 18 de março.

Na casa, a polícia encontrou um gerador de eletricidade movido a gasolina. Esse equipamento, segundo informações preliminares, ficava sempre no lado de fora. Por esse motivo, a investigação apontou para a intoxicação por monóxido de carbono gerado pela queima da gasolina.

Jornal Pioneiro
Foto: Bruno Todeschini / Divulgação

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