O Rio Caí ultrapassou, na manhã desta segunda-feira, a cota de inundação de 10,5 metros, chegando a atingir 14,4. A Defesa Civil alerta que o nível da água pode chegar a 15 metros.
Cerca de 400 pessoas foram retiradas de casa em São Sebastião do Caí e divididas em quatro alojamentos municipais. De acordo com a prefeitura, elas se somam a outros 150 moradores que permanecem desabrigados desde o enchente no início de maio, quando a água chegou a 18 metros.
As aulas em escolas da rede municipal foram suspensas. A prefeitura vai reavaliar a necessidade da medida nesta terça-feira, de acordo com o nível do rio.
Cézar Augusto Oliveira, o Tedy, de 52 anos, é proprietário da loja Tedy Motos, na rua Coronel Guimarães. A localidade fica na área central do município, onde o Rio Caí invadiu as vias e alaga cerca de oito quarteirões. Ali, o alagamento ultrapassa a altura dos joelhos de um adulto e a locomoção ocorre por meio de barcos. Entulhos flutuam e formam acúmulos nos canteiros, somados a galhos de árvores que a água levou.
Tedy destaca que, desde o último dilúvio, o estabelecimento soma prejuízos que ultrapassam R$ 50 mil.
“Parece que o povo de São Sebastião do Caí está sendo martirizado. As pessoas trabalham a vida inteira e perdem tudo que conquistaram em uma noite de chuva. É preciso resiliência, mas vamos conseguir superar isso. Somos uma população guerreira e trabalhadora. É apenas questão de tempo para nos reerguermos novamente”, afirmou o empresário.
O acesso para a cidade vizinha de Pareci Novo, através da ERS 124, está bloqueado. A água também impede o trânsito através de pontes para o município de Harmonia.
Em nota divulgada nas redes sociais, a administração municipal pediu para que a população solte os animais domésticos, caso não possa levá-los a um abrigo.