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América: Continente de Múltiplas Formas de Colonização

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Odonto

Por: Josiane Rosolem
Professora de História da Rede Regular no Município de Espumoso.

No século XV, Portugal e Espanha lançaram-se às expedições marítimas no Oceano Atlântico.
Vários fatores contribuíram para esta expedição entre elas: a busca por metais preciosos, especiarias,
mercados consumidores, novos territórios, bem como a propagação da fé cristã, o que culminou com a
colonização de várias regiões localizadas na América. Com o sucesso das expedições marítimas, outros
países também se aventuraram na busca por colônias que fornecessem relações comerciais lucrativas, como
por exemplo, a Inglaterra.
Durante quase todo o século XVI, os ingleses demonstraram pouco interesse pela América do Norte.
A primeira experiência de colonização ocorreu no reinado de Elizabeth I, da Dinastia Tudor. A primeira
expedição foi liderada por Sir. Walter Raleigh, este ancorou em 1584 na costa leste da América, em uma
terra que batizou de Virgínea, a rainha virgem. À semelhança que ocorreu na América Espanhola, a Coroa
inglesa delegou a particulares os encargos da colonização, reservando para si uma parte de eventuais
descobertas de ouro e prata.
A busca por melhores condições de vida, a fuga de guerras e perseguições políticas e religiosas,
levaram inúmeras pessoas de diversas origens e condições socais: aventureiros, degredados, mulheres para
serem leiloadas como esposas, órfãos , camponeses sem terra, protestantes, irlandeses, escoceses, se
mudarem para a América do Norte na esperança de uma vida melhor.
Na colônia da Virgínia, os ingleses investiram na produção do tabaco, que era um produto altamente
lucrativo no mercado europeu. No decorrer do tempo, outras regiões foram conquistadas para investimentos
na produção de produtos agrícolas, como as colônias da Geórgia, Carolina do Norte e do Sul, Maryland e
Delaware.
Aos poucos, as colônias que ali surgiram, desenvolveram caraterísticas diferentes tanto na economia
quanto na povoação. Nas regiões localizadas ao Sul, desenvolveu-se uma colonização de exploração. Os
colonos visavam lucros, na comercialização dos produtos agrícolas que eram vendidos na Europa. Esse tipo
de colonização foi semelhante ao das colônias portuguesas, que eram utilizadas com a finalidade de fornecer
riquezas para os colonizadores através, por exemplo, da prática do trabalho escravo.
Nas regiões ao Norte, as colônias de Nova Jersey, Nova York e Massachusetts, por exemplo,
desenvolveram um tipo de colonização chamada de povoamento. A intenção dos colonos dessa região não
era simplesmente de explorar, mas, sim, de fazer dela um novo local para se morar. Por isso, não houve nas
colônias do Norte uma participação direta da coroa inglesa, uma vez que essa região, por possuir um clima
menos propício para agricultura, não atraiu a atenção dos comerciantes ávidos por lucros.
A povoação das colônias do Norte também foi diferente, pois os colonos dessa região eram em
grande maioria refugiados religiosos. A perseguição da Igreja Católica aos protestantes culminou com a
vinda de muitas pessoas para essas colônias, pois existia a possibilidade de um novo mundo com tolerância
religiosa. Em 1620, um grupo de puritanos fundou a cidade Plymouth, que ajudou na povoação dessa região.
A colonização inglesa diferenciou-se, em muitos aspectos, da colonização exercida na América
portuguesa. Enquanto nas colônias britânicas do Sul, por exemplo, desenvolveu-se uma povoação com o
objetivo de gerar desenvolvimento econômico voltado para o mercado interno, a colônia portuguesa
desenvolveu uma prática mercantilista com a ambição de explorar as riquezas para serem comercializadas
no mercado externo. Assim, as colônias britânicas do Sul conquistaram mais autonomia política e
econômica de sua metrópole, enquanto a colônia portuguesa na América tornou-se cada vez mais
dependente economicamente de seu país conquistador.
No entanto, ao contrário das colônias inglesas que se formaram na América do Norte, o Brasil
enquanto colônia de Portugal, passou por experiências variadas, sempre marcadas pela sua condição de
colônia supostamente destinada a abastecer os cofres europeus. É importante destacar que, a colonização
do Brasil transformou profunda e negativamente a vida das populações indígenas e africanas que aqui
adentraram na imposta condição de serem escravizadas, ou seja, a  colonização portuguesa no Brasil teve
como principais características: civilizar, exterminar, explorar, povoar, conquistar e dominar, e além do
mias, na dicotomia capitalista explorador X explorado, fomos “apresentados” ao capitalismo na indiscutível
condição de explorados.


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