Um homem de 21 anos é julgado, nesta quinta-feira, pela morte do próprio filho, um bebê de cinco meses, em Porto Alegre. O caso será analisado ao longo do dia em um tribunal de júri no Foro Central. Não há prazo para o término da sessão.
O crime ocorreu no bairro Restinga, na zona Sul, no dia 6 de abril de 2023. O réu está preso preventivamente desde julho do mesmo ano. A mãe da criança, que tinha 16 anos na data dos fatos, cumpre medida socioeducativa.
A denúncia aponta para um homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e pelo fato dela ser menor de 14 anos. Além disso, o homem também responde por corrupção de menor.
Desde a prisão, o acusado não se manifestou em juízo sobre o crime. Nesta manhã, o defensor público Marcelo Candiago, responsável pela defesa dele, não quis comentar o caso.
De acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o casal cometia reiterados maus-tratos contra a criança. O motivo, ainda conforme o órgão, seria porque a dupla não suportava o choro do bebê ou o ônus de cuidá-lo.
À frente da acusação, a promotora Lúcia Callegari sustenta que o bebê foi espancado e asfixiado até a morte. “A vítima apresentava várias lesões e ainda foi esganada por aqueles que tinham o dever de proteger”, disse. “É a vítima mais nova que eu já realizei júri na minha vida.”
Houve choro por parte de alguns presentes. “Não suporto isso”, desabafou uma mulher, com expressão consternada no rosto. Ela acabou saindo da sala poucos minutos depois disso.
“Havia sinais de asfixia, além de sangramento no nariz e hematomas”, relatou um dos peritos. Ele também estimou que o pescoço do bebê foi pressionado por ao menos três minutos até morte. “A vítima provavelmente agonizou antes de morrer”.
Uma investigação da Polícia Civil indicou que, nos meses que precederam o fato, a criança havia desmaiado e sido atendida pelo menos duas vezes em um hospital. Após o óbito, um laudo constatou que ela estava com traumatismo craniano e perfuração no pulmão. Os pais afirmaram que as lesões foram causadas por uma queda do berço.
Correio do Povo
