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Candidata petista, Maria do Rosário não alcança meta interna de 40% dos votos

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Foto: Mauro Schaefer
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Odonto

Com a derrota no segundo turno da eleição, o PT encerra uma campanha marcada por altos e baixos e volta a adiar o sonho de reconquistar a prefeitura de Porto Alegre. A deputada Maria do Rosário fez 254.128 votos, o equivalente a 38,47% dos válidos. Entre as metas projetadas pelo partido desde a definição de candidaturas e alianças para a majoritária, no ano passado, foi cumprida a de passar para o segundo turno. Mas a chapa não conseguiu alcançar os 40% dos votos que haviam sido estabelecidos internamente como uma espécie de indicador de desempenho. E a diferença de pontos para o primeiro colocado preocupa dirigentes partidários e impacta os planos para 2026.

Lideranças da sigla admitem, em conversas reservadas, que era difícil ultrapassar um conjunto de obstáculos que não vinha apenas “de fora”. Ainda em 2023, a legenda travou mais uma batalha interna, desgastante, para definir a cabeça de chapa. Desde então, ficou evidente que algumas das lideranças que o grupo da deputada desbancou no processo não iriam se engajar na campanha. Posturas semelhantes foram adotadas por parte dos aliados no PCdoB e no PSB. O principal companheiro, o PSol, também enfrentou seus próprios dissabores, tanto sobre protagonismos quanto sobre a escolha do nome para vice.

Apesar dos percalços iniciais, Rosário arrancou bem, investindo forte no voto das periferias. Os problemas da atual administração, evidenciados pelas enchentes de maio, desgastaram Sebastião Melo (MDB), que começou a corrida na defensiva. Conforme a campanha avançava, contudo, ele desenvolveu uma estratégia eficiente para reconquistar o voto das periferias e recuperar a imagem de gestor. E, para contrapor suas deficiências, usou à exaustão uma tática conhecida, atribuindo ao governo federal a responsabilidade sobre os mais variados problemas.

Enquanto isso, a campanha petista terminava o primeiro turno dando espaço demasiado para as cheias e a tragédia que elas geraram, mas sem conseguir rebater de forma enfática as “ciladas” do adversário. A propaganda na TV estava longe de gerar o bem-estar entregue pelas peças do concorrente. A profusão de slogans e de diferentes qualidades atribuídas à candidata acabou atrapalhando a fixação de uma marca forte.

A campanha deixou para a segunda etapa a ênfase nas denúncias de corrupção na prefeitura, a vinculação de Melo ao bolsonarismo e a possibilidade de que ele não acabasse um segundo mandato. Também investiu mais no humor e em emoções positivas: nas redes, nas peças gráficas e na propaganda eleitoral.

Mas, aí, o desânimo já era notado em atividades de rua, uma parcela das lideranças presentes no primeiro turno sumiu, e Lula optou por não participar presencialmente da corrida. Somou-se a esses ingredientes o fato de não ter se concretizado a promessa de desenvolver no segundo turno uma estratégia competente para contrapor a rejeição à candidatura, fosse ela à candidata ou ao partido, e que desde o início aparecia nas pesquisas. Por isso, no grupo da deputada, o entendimento é de que Rosário, mesmo com a derrota, mostrou bastante resiliência.

Correio do Povo

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