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Criança morre à espera de vaga em UTI em Cruz Alta

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Uma menina, de dois anos e 10 meses de vida, morreu no sábado (1º), após choque séptico. Apesar dos apelos para conseguir um leito pediátrico de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a família de Cruz Alta não conseguiu e a pequena Betina Bessa Mendes, veio a óbito.

Betina estava internada no Hospital São Vicente de Paula, em Cruz Alta, desde o dia 30. O estabelecimento não tem UTI pediátrica e, por isso, a criança aguardava transferência para outra cidade.

Familiares e médicos tentaram de todas as formas salvar a Betina. Em vão. Não havia vaga em nenhum leito de UTI em Santa Maria, Passo Fundo, Santa Rosa e até Rio Grande, a centenas de quilômetros daqui — descreve uma das tias de Betina, Jaqueline Bessa.

Conforme Jaqueline, a menina teve uma gastroenterite, que evoluiu para septicemia (quando uma bactéria infecta a corrente sanguínea). O resultado foi infiltração de líquido nos pulmões, falência renal e necessidade de hemodiálise.

Betina necessitava de um cirurgião pediátrico para colocação de um acesso profundo no peito, necessário para levar medicamentos que debelassem a infecção. E isso seria feito numa UTI.

O Hospital São Vicente de Paula mobilizou a Central de Leitos da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para tentar vaga em UTI de outros municípios. Não conseguiu. Médicos das redes pública e privada de Cruz Alta fizeram uma corrente de telefonemas. Sem obter resultados.

Após acionar a Justiça na noite de sexta-feira (31), a família recebeu, na manhã de sábado, decisão favorável para que a central de regulação de leitos da SES transferisse Betina para um leito intensivo em Passo Fundo. O leito seria pago, na rede hospitalar privada.

O despacho judicial chegou tarde. Betina faleceu às 13h30min de sábado. Ela era a filha única do casal Rodrigo Mendes e Catiele Bessa.

A reportagem da GZH questionou o governo estadual sobre previsão de transferência de Betina, mas a pasta informou que não fornece informações pessoais de pacientes após decisão da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) segundo a qual repassar dados de um paciente à imprensa fere a Lei Geral de Proteção de Dados.

A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre (SMS) informou que tentou vaga em hospitais da cidade, mas que leitos de UTI com possibilidade de realizar hemodiálise estão lotados nos hospitais Conceição, de Clínicas e Santa Casa.

GZH

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