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“Ela salvou as crianças e pagou com a vida”: pai expõe drama de família destruída por criminoso solto

Foto: Arquivo Pessoal
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A dor tomou conta da família de Greice Keli Marquês, de 38 anos, morta a facadas no último sábado (22) na Rua Capitão Araújo, área central de Passo Fundo. O ataque, cometido por Misael Camargo, deixou ainda duas pessoas feridas e marcou para sempre a vida da filha de 15 anos, que presenciou toda a cena. Nesta segunda-feira, a Rádio Uirapuru conversou com o ex-companheiro de Grace, Anderson Passos, e com a adolescente, filha do casal, que relataram momentos de desespero, coragem e profunda revolta com a liberdade concedida ao agressor.

Anderson, pai de duas filhas com a vítima, descreveu o sentimento que domina a família: “É revolta. A gente não tem outra palavra. Estamos de luto, sem explicação para dar para as meninas. Minha filha viu a mãe ser assassinada. Isso não tem como apagar”. Emocionado, ele afirmou que Greice foi uma “leoa”, uma mãe que deu a vida para proteger as crianças quando o agressor partiu em direção às meninas. Segundo o relato, o ataque não teve anúncio de assalto nem qualquer motivação aparente. “Ele simplesmente visualizou elas e avançou. Foi direto para cima das crianças. A Greice gritou para elas correrem”, disse.
A filha de 15 anos, ainda abalada, também falou com o repórter Bruno Reinehr. Com a voz trêmula, descreveu o momento em que o agressor atravessou a rua correndo, gritando e já com a faca em mãos. “Ele veio para dar nas costas da minha tia. Não pediu nada. Se fosse assalto, eu dava tudo para ter minha mãe aqui de novo”, disse. A adolescente contou que tentou ajudar a mãe e que ficou coberta de sangue, o que chegou a assustar o primo mais novo que estava junto. “Eu acho ridículo chamarem de suspeito. Ele atacou todo mundo. Matou minha mãe sem dó.”

No ataque, um motoboy também foi esfaqueado ao tentar ajudar a família. Anderson e a filha fizeram questão de agradecer à categoria, destacando que, sem a intervenção dos motoboys, a tragédia poderia ter sido ainda maior. “Eles foram primordiais. Ajudaram sem pensar duas vezes”, disse o pai.

A revolta da família também mira o sistema de justiça. Anderson afirmou que não compreende como um homem com histórico criminal extenso, envolvido em roubos, furtos, ameaças, tráfico e diversas fugas, pôde voltar às ruas. “Eu gostaria que um juiz viesse aqui explicar para minhas filhas. Porque eu não tenho explicação. Nós estamos com as mãos amarradas enquanto a família é destruída.”

Greice completaria aniversário no Natal. Agora, a data que simboliza encontro familiar e esperança será marcada pela ausência e pelo trauma.

Rádio Uirapuru

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