A Meta , dona do Instagram e do Facebook, anunciou nesta terça-feira (7) que está encerrando o seu programa de verificação de fatos, começando pelos Estados Unidos.
A empresa vai adotar as “notas de comunidade”, em que os próprios usuários fazem correções — um recurso similar ao implementado pelo X, de Elon Musk. O anúncio foi feito pelo próprio presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, que afirmou que os verificadores “tem sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”.
E assumiu que, com o fim da verificação por terceiros, “menos coisas ruins serão percebidas” pela plataforma. “Mas também vai cair a quantidade de posts e contas de pessoas inocentes que, acidentalmente, derrubamos.”
Conforme o Especialista em direito digital e LPGD, Psicólogo e cientista político, Alexandre Mattos, as redes sociais tornaram-se a principal plataforma de discussão política e debates sobre os mais variados temas. Desse modo, foram criados programas de verificação de fatos para evitar a propagação de fake news e de conteúdos ofensivos. Essa checagem era feita por agências terceirizadas e não pelas plataformas.
Com o anúncio dessa semana da Meta, que vai encerrar o programa de verificação, o especialista explica que não haverá mais esse controle feito pelas agências. No entanto, ainda terá um controle por parte das próprias plataformas. Mattos destaca que esse controle deverá se dar apenas em casos mais graves, como terrorismo, violência sexual, entre outros. Os demais fatos, devem passar batido no Instagram e Facebook.
Um ponto que está sendo bastante debatido, conforme Mattos, é que as leis americanas não valem para o mundo inteiro. Ele exemplifica que o discurso de ódio não é crime nos Estado Unidos, já no Brasil sim. Desse modo, não vai ter como usar as mesmas regras, em todos os países. O especialista alerta que a mudança abre ainda mais brechas para golpes nas redes sociais, além de possibilitar maior propagação de conteúdos ofensivos.
*Radio Uirapuru