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Ex-ministro da Educação Milton Ribeiro é preso em operação da PF

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Foto: Antonio Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo
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O ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores – Arilton Moura e Gilmar Santos – suspeitos de corrupção no Ministério da Educação na liberação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para prefeituras foram presos nesta quarta-feira (22) em uma operação da Polícia Federal.  São cumpridos ainda mandados de busca e apreensão em endereços de Ribeiro e dos pastores.

Segundo a Folha S. Paulo, a ofensiva foi batizada de Acesso Pago e tem como foco investigar a criação de um gabinete paralelo no MEC para priorizar liberação de recursos a prefeituras mais próximas dos líderes religiosos envolvidos.

De acordo com a Folha, o presidente Jair Bolsonaro declarou, em entrevista para a rádio Itatiaia, de Minas Gerais, que Milton Ribeiro deve responder sobre seus atos, e que se a PF prendeu, tem um motivo. Dias antes de aceitar o pedido de demissão de Milton, em março, Bolsonaro declarou que colocava a cara no fogo pelo ex-ministro. Logo em seguida, Milton Ribeiro anunciou sua saída do cargo.

No dia 25 de março, A PF instaurou inquérito para apurar se houve favorecimento ilegal em repasses de verbas. O inquérito foi aberto a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), que enviou ao órgão o resultado de uma sindicância interna que apontou supostas fraudes.

 Entenda o caso

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, um “gabinete paralelo” formado por pastores no MEC tem garantido repasses federais com agilidade fora dos padrões. Desde o começo de 2021, os religiosos Gilmar Santos e Arilton Moura intermediaram reuniões de prefeitos no ministério que resultaram em pagamentos e empenhos (reserva de valores) de R$ 9,7 milhões dias ou semanas após os encontros.

Com trânsito livre na pasta, os pastores atuariam como lobistas, segundo o Estadão. Viajam em voos da FAB e abrem as portas do gabinete do ministro para prefeitos e empresários. O grupo é capitaneado por Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade.

O Estadão identificou a presença dos dois em 22 agendas oficiais no MEC, 19 delas com o ministro, nos últimos 15 meses. Algumas são descritas como reunião de “alinhamento político” na agenda oficial de Ribeiro, que também é pastor.

Prefeitos afirmaram que receberam pedidos de propina para, em troca, receber recursos financeiros do ministério. Em um áudio, Milton Ribeiro disse, em uma reunião com prefeitos, que atendia à reivindicações dos pastores por repasse de verbas a pedido de Bolsonaro.

Segundo a publicação, eles operam em duas frentes: levam prefeitos a Brasília, participando de encontros no MEC, e acompanham o ministro em viagens pelo país.

Fonte: GZH.

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