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Guerra vai trazer entraves ao agro

Foto: Luiz Magnante / Embrapa Divulgação
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A guerra entre Israel e Irã têm impactos mistos para o agronegócio nacional. A tensão no Oriente Médio repercute no preço da soja e das commodities e encarece a ureia, um insumo estratégico para aumentar a produtividade no campo porque é uma das principais fontes de fertilizantes nitrogenados que são indispensáveis para o desenvolvimento das plantas.

O consultor em inteligência no agronegócio, Carlos Cogo, adianta aos produtores rurais que ainda não fizeram suas compras para o plantio da próxima safra que devem pagar mais caro por este tipo de adubo.

“Desde o início da guerra a ureia já subiu 30% no mercado futuro. No Brasil, as altas ficaram na casa dos 20%”, pontua Cogo.

O primeiro ataque de Israel contra instalações nucleares e centros de pesquisas atômicos do Irã foi realizado na sexta-feira, 13 de junho, e, desde então, seguiu-se em rápida escalada com os Estados Unidos, que já anunciou seu envolvimento direto no conflito.

“Quem ainda não tinha feito compra para a safra de verão vai amargar um preço mais alto”, alerta o consultor.

O professor de economia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) e analista de mercado, Argemiro Luís Brum, explica que uma guerra dessa natureza e também onde ocorre, no Oriente Médio, envolvendo um dos principais produtores e exportadores de petróleo, que é o Irã, caso se estenda por muito tempo tem um potencial muito grande de aumentar os custos de produção do mundo inteiro e particularmente do agronegócio brasileiro. Brum acrescenta que já atingiu os preços do petróleo.

“Por enquanto, o Brasil não repassou isso, mas já há informações de algumas refinarias importadoras de que isso poderá acontecer em breve, se efetivamente não houver acordo, paralisação ou diminuição nas intensidades do conflito”, detalhou Brum.

Brum levanta outra chance de prejuízo para o agronegócio: o possível fechamento do Estreito de Ormuz, que conecta o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã e o mar árabe.

“Nessa passagem marítima passa 20% do petróleo mundial, negociado no comércio global, e outras commodities e, inclusive insumos para o setor primário”, disse ele sobre as consequências da tensão geopolítica entre Israel e Irã.

Correio do Povo

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