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Índice de Insumos para Produção de Leite Cru (ILC) registra deflação pelo quinto mês consecutivo

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O Índice de Insumos para Produção de Leite Cru (ILC) continua apresentando resultados negativos, marcando o quinto mês consecutivo de queda. Segundo dados divulgados pela assessoria econômica da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), o indicador registrou uma redução de 4,75% em junho, acumulando uma deflação de 31,67% desde o início do ano e de 35,35% nos últimos 12 meses.

Esse índice, que é essencial para acompanhar os custos de produção na indústria leiteira, é calculado levando em conta os preços dos insumos utilizados, especialmente a soja e o milho, que representam mais de 50% do cálculo do ILC e são essenciais na formulação das rações animais.

No entanto, o economista da Farsul, Ruy Silveira, traz uma perspectiva positiva ao afirmar que a tendência de declínio pode se reverter nos próximos meses. Isso se deve ao movimento de reação já observado nas cotações da soja e do milho, que estão se recuperando. Essa recuperação sugere a possibilidade de uma inflação a partir de julho.

Em junho, o ILC apresentou comportamento similar a outros indicadores baseados em commodities, como o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) e o Índice Geral de Preços (IGP-DI), ambos calculados pela Fundação Getúlio Vargas.

A deflação registrada em junho foi influenciada principalmente pelas quedas nos preços dos fertilizantes, que foram impactados pela desvalorização do dólar em relação ao real. A energia elétrica apresentou aumento pelo segundo mês consecutivo, e a estabilidade dos preços dos combustíveis também contribuiu para a desaceleração da deflação no período.

Apesar da trégua nos custos de produção evidenciada pelo ILC, Ruy Silveira enfatiza que essa redução não se traduziu em uma recomposição das margens de lucro para os produtores rurais. Isso ocorre, em parte, devido à significativa entrada de leite importado no mercado brasileiro. Durante o primeiro semestre deste ano, o país importou 116 mil toneladas de leite creme de leite e lácteos, exceto manteiga e queijo, o que representa um aumento de 240% em relação ao mesmo período de 2022, de acordo com dados da plataforma ComexStat, do governo federal. A maior parte desses produtos tem origem na Argentina e no Uruguai.

Dessa forma, apesar das expectativas de uma possível recuperação nos custos de produção nos próximos meses, os produtores rurais enfrentam desafios adicionais com a concorrência do leite importado, o que impacta diretamente suas margens de lucro e a estabilidade do mercado leiteiro nacional.

Com informações: Fernando Kopper

Fonte: Correio do Povo

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