O Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Horizontina, Jorge Ramos, detalhou a trajetória da produção na fábrica da John Deere, ressaltando os impactos da pandemia. No ano de 2020, durante o início da crise sanitária, a empresa operou com relativa normalidade, com foco na produção de colheitadeiras até abril, quando a estratégia foi alterada para aumentar a fabricação de plantadeiras.
Neste período, mais de mil novas contratações foram realizadas, resultando em um aumento considerável na produção. No entanto, a escassez de peças ocasionou o acúmulo de mais de 800 unidades no pátio da fábrica.
No ano de 2022 até abril de 2023, a John Deere alcançou um recorde ao produzir 23 colheitadeiras diariamente. Após as férias coletivas de abril, a produção foi reduzida para 18, depois 16 unidades por dia. Agora, a produção será ajustada para 12 colheitadeiras diárias, mantendo-se no nível pré-pandemia.
Ramos também informou que a empresa comunicou ao sindicato sobre a meta de produção diária, estabelecendo o plano fiscal de 1º de novembro de 2023 a 31 de outubro de 2024. Inicialmente, a John Deere planejava 350 demissões, mas após negociações com o sindicato, o número foi reduzido para 297.
Das demissões programadas para começar nesta segunda-feira (06), 160 serão de funcionários com contratos temporários, 70 de colaboradores com menos de três anos na empresa, com atenção especial para evitar a demissão de casais. Além disso, 07 trabalhadores já aposentados, mas que ainda estavam em atividade, também serão desligados, juntamente com 60 colaboradores efetivos com mais de três anos de casa.
Como parte do acordo entre a empresa e o sindicato, os 70 demitidos com menos de três anos de empresa terão direito a três meses de plano de saúde (Unimed) e um abono adicional de R$1.350,00 na verba rescisória. Para os 60 demitidos e os 07 aposentados que permaneceram trabalhando, o benefício será um abono de R$2.700,00, além do plano de saúde de três meses, equivalente a R$960,00 por pessoa.
Jorge Ramos expressou sua esperança de que essas demissões representem o último ajuste necessário e que em breve a normalidade possa ser restaurada com a venda do estoque de máquinas existentes, um dos principais motivos para as demissões e, consequentemente, para a retomada na produção. Quanto às metalúrgicas que fornecem peças para a John Deere (os sistemistas), Ramos prevê uma retração devido à redução na demanda, que agora corresponde à produção de 12 máquinas, retomando o cenário pré-pandemia.
Fonte e foto: Silvio Brasil e Lupa Notícias