Mais da metade dos municípios do Rio Grande do Sul relataram algum problema causado pela estiagem, que começou, em alguns casos, ainda nos últimos meses de 2024. Conforme os dados da Defesa Civil do Estado, até o início da tarde desta quarta-feira, 249 cidades haviam relatado algum problema causado pela estiagem. Dessas 246 prefeituras decretaram emergência. São mais de 2,4 milhões gaúchos.
Dos decretos, que são emitidos em todas as regiões, 232 seguem em análise pelo governo estadual que homologou 131 documentos. O Governo Federal reconheceu 105 decretos.
Um dos casos é Dom Feliciano, no Sul do Estado. O prefeito Tiago Szortyka decretou emergência nos últimos dias em razão da falta de chuva, principalmente no mês de janeiro com os efeitos sendo sentidos pela população até os dias atuais. O documento tem como base laudos técnicos das secretarias municipais de Saúde e do Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Pecuária e da Emater, que além da escassez hídrica, apontam prejuízos na agropecuária e aumento de doenças gastrointestinais. Com a água baixa nas cacimbas, o número de casos de doenças diarreicas aumentou no município. Nas primeiras nove semanas do ano de 2024 foram registrados 62 casos, enquanto que no mesmo período este número chega a 257.
A situação também foi agravada pela falta de água em duas unidades de saúde, sendo uma na localidade de Faxinal e outra na Vila Fátima que estão sendo abastecidas emergencialmente por caminhões pipa, conforme a necessidade, assim como 485 famílias que moram na zona rural. A Prefeitura em parceria com a Emater além de realizar o transporte de água para consumo humano e animal está construindo fontes protegidas para tentar amenizar o problema.
Prejuízos na área rural
A estiagem comprometeu a produção rural no município em mais de R$ 75,2 milhões. Conforme informações dos laudos técnicos, as perdas afetam culturas como o tabaco, que teve 25% da produção (3,7 mil hectares) atingidos. O prejuízo estimado é de R$37,5 milhões. A safra de milho registrou 50% de perdas em uma área afetada de 4,4 mil hectares, resultando em R$13,2 milhões de prejuízo. A safra de soja teve perdas de 35% (4,5 mil hectares), totalizando R$ 9,9 milhões. Por fim, a batata-doce deve registrar 30% de perdas (300 hectares), com estimativa de R$ 4,8 milhões de prejuízo.
O rebanho de bovinos de corte e leite e ovinos registram perdas de 32%, acumulando um impacto financeiro de R$ 9,5 milhões. O decreto tem validade de 180 dias e pode ser prorrogado caso a situação se agrave
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