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Mulher é resgatada em Mianmar depois de passar 91 horas entre os escombros de terremoto

Foto: Sai Aung Main / AFP
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Uma mulher foi resgatada nesta terça-feira (1) em Mianmar depois de passar 91 horas presa entre os escombros depois do terremoto de sexta-feira, informaram os bombeiros.

Nesta terça, Mianmar respeitou um minuto de silêncio em memória das mais de 2.000 pessoas que morreram no forte terremoto de sexta-feira, que também derrubou imóveis em Bangcoc, Tailândia, a mil quilômetros de distância.

Quatro dias após o terremoto 7,7 graus de magnitude, milhares de pessoas no país dilacerado por quatro anos de guerra civil estão desabrigadas: suas casas foram destruídas ou temem possíveis tremores secundários.

Por iniciativa da junta militar, as sirenes para anunciar o minuto de silêncio foram acionadas às 12h51 (3h21 de Brasília), o horário do terremoto de 28 de março.

O epicentro foi localizado no centro do país, perto de Mandalay, a segunda maior cidade birmanesa, com 1,7 milhão de habitantes, que ficou muito destruída.

Com o som das sirenes ao fundo, funcionários públicos formaram um cordão que impediu a passagem dos parentes das pessoas que morreram no edifício.

Ao lado de uma área das equipes de resgate, uma bandeira de Mianmar foi amarrada a meio-mastro em um bambu. A homenagem é parte da semana de luto nacional declarada até 6 de abril pelos militares, devido à “perda de vidas e aos danos”.

No balanço atualizado divulgado pela junta militar na segunda-feira, o número de mortos subiu para 2.056, com mais de 3.900 feridos e 270 desaparecidos.

Os números, no entanto, devem aumentar consideravelmente quando as equipes de emergência conseguirem acessar as localidades e vilarejos que ficaram isolados pelo terremoto.

Equipes de resgate e operários continuam trabalhando entre os destroços da torre, onde as autoridades acreditam que dezenas de trabalhadores ficaram presos.

Edifícios e templos destruídos

Em Mandalay, edifícios residenciais e templos foram reduzidos a escombros. Pela quarta noite consecutiva, centenas de pessoas dormiram ao relento, em barracas ou cobertos apenas por mantas nas ruas e estradas.

Em uma sala de provas, sobre a qual parte do edifício desabou sobre centenas de monges que faziam um teste, as bolsas repletas de livros das vítimas permaneciam sobre uma mesa.

Caminhões dos bombeiros e máquinas estavam estacionados diante do pavilhão, onde trabalhava uma equipe de resgate procedente da Índia.

“O mau cheiro é muito intenso”, disse um oficial indiano. Em vários pontos da cidade, o odor de putrefação dos cadáveres começa a ser evidente.

Um crematório nas imediações da cidade já recebeu centenas de corpos e espera receber muitos outros à medida que as equipes de resgate os retiram dos escombros.

Ajuda internacional

Antes do terremoto, Mianmar enfrentava quatro anos de guerra civil provocada pelo golpe militar de 2021 contra o governo civil da vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Embora a junta militar afirme que tenta responder ao desastre da melhor maneira possível, nos últimos dias surgiram relatos de bombardeios dos militares contra grupos armados rivais.

A enviada especial da ONU para Mianmar, Julie Bishop, pediu na segunda-feira o fim das hostilidades para que todas as partes se concentrem na proteção e fornecimento de ajuda aos civis.

Em um gesto incomum, o chefe da junta, Min Aung Hlaing, fez um pedido de ajuda internacional, rompendo a tradição de outros comandantes militares birmaneses de rejeitar assistência estrangeira diante deste tipo de desastre.

Mais de 1.000 socorristas de países como China, Rússia e Índia desembarcaram no país e, segundo a imprensa estatal, quase 650 pessoas foram resgatadas com vida dos escombros.

Correio do Povo

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