Oito pessoas tiveram que retirar o globo ocular por complicações após um mutirão de cirurgia de catarata em Parelhas, no Rio Grande do Norte. Além disso, das 20 pessoas que foram atendidas na ação, 15 tiveram sintomas de endoftalmite, que é uma infecção ocular causada pela bactéria Enterobacter cloacae.
O mutirão ocorreu nos dias 27 e 28 de setembro, mas a informação sobre os pacientes afetados foi confirmada pela Secretaria de Saúde de Parelhas na terça-feira (15/10).
A pasta detalhou que dos 15 pacientes acometidos pela infecção, oito tiveram que retirar o globo ocular, quatro fizeram cirurgia de vitrectomia (remoção do vítreo, o gel transparente que preenche a parte posterior do olho) e três seguem sendo acompanhados pelos oftalmologistas. O município abriu inquérito civil público para apurar o caso.
Veja a nota da Prefeitura na íntegra:
A Prefeitura de Parelhas/RN informa que encaminhou uma notificação formal à empresa Oculare Oftalmologia Avançada, responsável pelas cirurgias oftalmológicas no município, no episódio das 15 pessoas infectadas por bactéria após procedimentos cirúrgicos de catarata realizados no dia 27 de setembro, exigindo esclarecimentos imediatos.
Ao mesmo tempo, instaurou um inquérito civil para investigar as circunstâncias e responsabilidades diante da situação. As audiências com técnicos, médicos e a empresa responsável pelos procedimentos foram iniciadas nesta terça-feira, 15 de outubro de 2024.
A Prefeitura reitera que as cirurgias foram realizadas dentro da legalidade, e o Município está arcando com todos os atendimentos e procedimentos médicos necessários aos pacientes, inclusive pagando por consultas particulares em alguns casos, para que todos possam ter o melhor acompanhamento possível.
O credenciamento para os procedimentos cirúrgicos seguiu rigorosamente todos os trâmites legais, com pesquisa mercadológica, registro no Portal de Compras Públicas e envio ao Tribunal de Contas, garantindo total transparência.
Correio Braziliense
A Prefeitura de Parelhas também afirmou que “as cirurgias aconteceram dentro da legalidade” e que forneceu “todas as informações solicitadas à Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária do Rio Grande do Norte para a devida apuração dos fatos”.
Além disso, serão realizados testes pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) para determinar onde ocorreu a contaminação. A investigação abrangerá a água utilizada, o centro cirúrgico, o processo de esterilização e outros possíveis fatores.