A Polícia Civil investiga a morte de uma transexual em Capão da Canoa, no litoral gaúcho. Ela morreu no domingo, após ter sido submetida a uma aplicação caseira de silicone industrial nas nádegas. Ninguém foi preso.
De acordo com a DP de Capão da Canoa, antes dos fatos, a vítima e a amiga buscaram a investigada em Porto Alegre. No sábado, o trio foi para Santo Antônio da Patrulha e participou de um ritual religioso em um terreiro.
O objetivo da cerimônia, segundo o depoimento da amiga da vítima, seria garantir “proteção” rumo ao procedimento estético. Ela também disse aos policiais que um pai de santo assegurou que tudo correria bem, e que isso gerou confiança nelas para que prosseguissem com o plano.
A aplicação do silicone começou na manhã de domingo, no apartamento onde a vítima morava, na avenida Poti, na área central de Capão da Canoa. Ela começou a passar mal logo nas primeiras etapas do processo.
Em determinado momento, ao se dar conta que a vítima não melhoraria, a suspeita simplesmente guardou os equipamentos em uma sacola e fugiu. Uma câmera de segurança registrou o momento em que, às 11h03min, ela saiu do prédio.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas os paramédicos atestaram a morte da vítima no local. Equipes do Instituto-Geral de Perícias (IGP) também estiveram e removeram o corpo para exame de necropsia.
De acordo com o delegado titular da DP de Capão da Canoa, Marco Swirski, a suspeita já é investigada por provocar outras duas mortes em procedimentos estéticos do tipo. A vítima e a amiga sabiam disso.
“Elas sabiam que as aplicações de silicone industrial realizadas pela suspeita já tinham ocasionado a morte de outras duas pessoas. Seguimos com as buscas e já solicitamos a prisão dela, por homicídio doloso e exercício ilegal da atividade de medicina”, destacou o titular da DP de Capão da Canoa.
Correio do Povo
