Um julgamento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) nesta terça-feira (9) manteve a cassação de Adair Barilli e Flávio Pitton, respectivos prefeito e vice-prefeito de Muliterno, município de 1,7 mil habitantes do norte gaúcho. Cabe recurso da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A cassação foi proclamada pelo desembargador Voltaire de Lima Moraes após decisão unânime da corte. Barilli e Pitton foram acusados de prática de abuso de poder, esquema de compra de votos, violação de sigilo de votos e caixa dois. Em setembro de 2023, uma sentença da 28ª Zona Eleitoral de Lagoa Vermelha já havia cassado os dois.
Conforme a primeira decisão, os candidatos gastaram cerca de R$ 3 milhões na campanha eleitoral e o processo traz evidências de que houve uma “conta paralela” para compra de votos.
Em sua fala final, o desembargador afirma que o júri acolheu por unanimidade a veracidade da gravação de áudio em que Barilli fala sobre o delito, dias antes da eleição. À época, ele teria afirmado que forneceu “filmadoras escondidas” para os eleitores confirmarem o voto, além de prometer o pagamento de churrasco a indígenas da reserva local e transporte aos eleitores.
Além da cassação, Barilli e Pitton estão inelegíveis até 2028, assim como Luciano Pelissaro, Vinícius Rugini, Rodrigo Mognon e Vitassir Brollo, citados pelo TRE-RS por prática de abuso de poder econômico.
Com a saída, quem assume a prefeitura de Muliterno de imediato é o presidente da Câmara de Vereadores, Neuri Xavier de Lima (PP). Ele segue no cargo até a posse dos eleitos nas eleições de outubro de 2024.
Procurada, a defesa de Barilli e Pitton disse que não vai se manifestar até a publicação do acórdão.
GZH Passo Fundo