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Vigilância ativa e investigação de notificações sustentam o primeiro ano do novo status da aftosa no RS

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Ações de vigilância ativa e investigação de notificações são bases para a manutenção do status sanitário - Foto: Divulgação/Seapdr
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Nesta sexta-feira (27/5), completa um ano da certificação internacional do Rio Grande do Sul como zona livre de febre aftosa sem vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O novo status veio para comprovar a qualidade dos rebanhos gaúchos e a solidez do relacionamento entre o serviço de defesa e fiscalização da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e o setor produtivo.

“É um dia para comemorar, mas sem esquecer, a cada momento, que a evolução desse status aumenta o nosso compromisso como instituição. Esse movimento representa mercados que estamos conseguindo conquistar, não só em volume, mas também em valor agregado”, avalia o secretário Domingos Velho Lopes.

Um sistema dessa magnitude levou muitos anos para se estabelecer e consolidar. “Nosso trabalho para a evolução do status não é de agora: começou já em 2010, com os primeiros estudos de análise de risco multicritério. A partir deste trabalho, detectamos as principais áreas de risco de ingresso no Estado, para aplicarmos um trabalho de vigilância dirigida”, conta o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Animal, Fernando Groff.

Desde então e até hoje, a Secretaria continua suas atividades de mitigação de risco, com trabalhos em propriedades rurais, eventos agropecuários e fiscalização de trânsito. “Visitamos, em média, 2% do total de propriedades rurais gaúchas por semestre, o que dá em torno de 5 mil propriedades visitadas por round, totalizando de 10 a 11 mil por ano. Os últimos três semestres tivemos um abalo, por causa da pandemia, com menos visita. Mas, nesse período, foram vistoriadas 2,5 mil propriedades, com 3,4 mil bovinos. Já estamos em torno de 4 mil propriedades vistoriadas neste último semestre”, enumera Groff.

Uma importante ação de vigilância ativa, o programa Sentinela atua em conjunto com as forças policiais na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai e a Argentina. O objetivo do programa, bem como do Guaritas (na divisa com Santa Catarina), é coibir o trânsito ilegal, o contrabando e o descaminho de animais e produtos de origem animal em território gaúcho. Em abril, foi concluída uma série de treinamentos para o uso de drones, a fim de qualificar a fiscalização do Sentinela nos 1,2 mil quilômetros de fronteira que o Estado divide com os dois países vizinhos, abarcando 59 municípios gaúchos.

Neste primeiro ano de novo status sanitário, de junho de 2021 a abril de 2022, o Sentinela executou 69 operações, com 479 barreiras de trânsito, 2.539 veículos vistoriados, 378 propriedades fiscalizadas e 91.550 quilômetros percorridos. Nestas ações, foram fiscalizados 42.787 bovinos, sendo 12.677 deles irregulares, o que gerou 540 autuações e R$ 2,14 milhões em multas aplicadas, além de 234 abates sanitários. No mesmo período, durante as operações, foram realizadas 4.940 ações de Educação Sanitária.

Rapidez no atendimento

Além da vigilância ativa, outro ponto primordial para a manutenção do status sanitário é a notificação de qualquer suspeita de que a febre aftosa esteja se manifestando no rebanho. E, para isso, o produtor tem um papel muito importante. “O Serviço Veterinário Oficial, sozinho, não vai conseguir manter nenhum tipo de doença fora do Estado. Precisamos da cooperação do produtor, revisando seus rebanhos regularmente, comunicando animais com suspeita à inspetoria e colaborando com as ações de vigilância”, destaca Groff.

A comunicação de suspeitas deve ocorrer até 24 horas do provável início da doença. O horário limite de atendimento do Serviço Veterinário Oficial no Estado é de até 12 horas, mas a Seapdr está conseguindo atender a 97% das suspeitas em menos de seis horas. Os canais de notificação da Secretaria estão listados em www.agricultura.rs.gov.br/notificacoes.

Além das feridas que dão nome à enfermidade, também são sintomas da febre aftosa: manqueira, babeira, febre, inapetência/perda de peso e redução na produção de leite. São susceptíveis à doença os bovinos, ovinos, suínos, caprinos e outros animais de cascos fendidos.
*Secretaria da Agricultura RS.

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