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Exportações brasileiras crescem 16,5% no primeiro semestre

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Vendas ao mercado externo, segundo Cepea, somaram US$ 52 bilhões

Exportações do agronegócio brasileiro cresceram 16,5% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2019, segundo estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (USP). Os dados contrastam com os resultados negativos da economia que vêm sendo divulgados durante a pandemia da Covid-19. 

De acordo com a pesquisa do Cepea, nos seis primeiros meses deste ano, o faturamento com as vendas externas do agronegócio totalizaram US$ 52 bilhões. A instituição afirma que o quantitativo representa um recorde para o período e se deu principalmente devido à desvalorização do Real frente ao Dólar. Nesta mesma comparação, mas utilizando o Real como moeda, o crescimento no faturamento foi de 32%. 

Sueme Mori Andrade, coordenadora de Inteligência Comercial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), diz que o resultado positivo nas exportações ocorreu sobretudo por conta do maior estreitamento das relações comerciais do setor com a China. “Até houve o crescimento para outros mercados, mas sem grande representatividade. A China ampliou a sua participação nas exportações brasileiras, passando de 33,4% para aproximadamente 40%.”

Após a China, os países da zona do euro e os Estados Unidos aparecem logo em seguida no percentual total de exportações brasileiras entre janeiro e junho deste ano, com 14,5% e 5,9% de participação, respectivamente. Segundo os pesquisadores do Cepea, o aumento na venda de produtos agrícolas brasileiros ao mercado externo ocorreu por conta do crescimento na exportação dos produtos do complexo da soja (grão, óleo e farelo), carnes (suína, bovina e de aves), de algodão, açúcar, etanol e celulose. 

A pesquisadora do Cepea Andreia Adami diz que a soja é o principal produto agrícola exportado pelo Brasil e que, como a colheita da commodity ocorreu nos seis primeiros meses desse ano, o volume de exportações do produto deverá reduzir no segundo semestre. Mesmo assim, segundo ela, as vendas externas do produto ainda terão um importante papel no setor do agronegócio. Andreia alega que as exportações de milho, açúcar e café devem ter destaque ainda este ano.

“Em termos de volume, o primeiro semestre acaba sendo melhor. No segundo semestre, provavelmente, teremos exportações em menores quantidades, mas tem tudo para ocorrer um crescimento comparado a 2019”, afirma.

Entre janeiro e abril, o Produto Interno Produto (PIB) do agronegócio, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), cresceu 3,78%. Além disso, de acordo com a pesquisa Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgada nesta terça-feira (28), o agronegócio foi o segmento que mais abriu postos de trabalho, 36.836 novas vagas, seguido pelo setor de construção, com 17.270 novas vagas. 

Desempenho

Em junho, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tereza Cristina, afirmou que mesmo em meio à pandemia o Brasil tem conseguido promover o abastecimento interno e tem tido também importante papel nas exportações. “A agricultura brasileira mostrou mais uma vez a sua importância para o desenvolvimento do país, pois, mesmo em situação adversa, cumpriu seu papel de guardiã da segurança alimentar com sanidade e sustentabilidade”, defendeu a titular da pasta.

*Portal In Foco RS

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