O caso do pequeno Vitor Luiz de Melo, de 9 anos, mobilizou toda a cidade de Penha e ganhou grande repercussão nas redes sociais. Internado desde sexta-feira (24) no Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí, ele não resistiu a um AVC hemorrágico e teve morte cerebral confirmada após dias de internação na UTI.
Aluno da Escola Municipal Antônio José Tiago e goleiro no projeto social Anjos do Futebol, Vitor era conhecido na comunidade e sonhava em seguir carreira no esporte. Desde sua internação, moradores, amigos e familiares organizaram correntes de oração e manifestações de apoio, que tomaram as redes sociais. A confirmação da morte gerou comoção em toda a cidade e também alimentou boatos sobre a causa do problema de saúde.
Diante da repercussão e de informações falsas, a mãe de Vitor decidiu se pronunciar publicamente nas redes sociais. Em um vídeo, ela esclareceu que o filho não havia tomado a vacina contra a Covid-19, rebatendo especulações.
“Como repercutiu muito o caso do Vitor, muitos estão questionando sobre a vacina do Covid. Gente, ele não tomou a vacina do Covid. Então eu peço que todos tenham um pouco de empatia, que não fiquem julgando, falando o que não sabem. Só a gente sabe o que está passando”, afirmou a mãe.
Segundo o relato, a confirmação da morte cerebral ocorreu após exames, entre eles uma tomografia que apontou que Vitor era portador de uma condição chamada MAV (Malformação Arteriovenosa), uma anomalia nos vasos sanguíneos do cérebro, geralmente silenciosa e rara em crianças.
“Ele nunca sentiu nenhum tipo de sintoma. Um exame como esse não se faz em qualquer criança, só se tiver indício. Descobrimos após o AVC. A dor é imensa”, explicou.
A mãe também comentou o protocolo médico que precisa ser seguido em casos de morte cerebral e criticou comentários maldosos sobre a suposta demora no processo de emissão do atestado de óbito.
“Muitos perguntam por que leva dias. Como foi morte cerebral, há um protocolo. Os órgãos dele estão funcionando, ele está com ventilação mecânica, mas o cérebro não responde mais. Só de corpo presente.”
A família autorizou a doação dos órgãos do menino, o que também exige tempo adicional para cumprimento de protocolos hospitalares.
“Mesmo com toda a dor, decidimos doar os órgãos do Vitor. Ele poderá salvar outras vidas. É mais um processo, mas é o que ele faria. Ele era um menino bom.”
A mãe também agradeceu o atendimento recebido no Hospital Pequeno Anjo e pediu que as pessoas respeitem o momento da família.
“Não falem do hospital. Fomos amparados por todos os profissionais. Estamos aqui desde sexta. Não saímos do lado dele.”
O caso de Vitor gerou uma onda de solidariedade, comoção e, agora, um apelo por mais empatia e responsabilidade nas redes sociais.
Jornal Razão