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Mulheres que atuam no agronegócio estão vencendo estereótipos, diz pesquisa

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Uma mulher empreendedora, competente, motivada e conciliadora foi revelada por um levantantamento encomendado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG). A pesquisa que envolveu 862 entrevistas por todo país, também declara um retrato atual e caracteriza um momento histórico do agronegócio brasileiro: a plena inserção feminina nas atividades executadas antes, dentro e depois da porteira, com o protagonismo tão sonhado pelas mulheres do campo há décadas.

As mulheres que atuam nos diferentes elos da cadeia do agronegócio já romperam com os estereótipos e preconceitos. São gestoras competentes, trabalhadoras motivadas e bastante conciliadoras, que transitam entre o campo e a cidade com a mesma facilidade que harmonizam carreira e família. Grande parte das 862 entrevistadas disse estar preparada para as posições de liderança – já conquistada por muitas – e que se interessa também por aprimorar conhecimentos sobre gestão empresarial, gestão de pessoas e finanças.

O levantamento entrevistou 862 mulheres de todas as regiões do país, foi realizado nos meses de junho e julho de 2017, possui margem de erro de 3,3% e um nível de confiança de 95%. A amostra de pesquisadas contemplou mulheres que trabalham em atividades classificadas como “antes da porteira”, ou seja, todas as atividades incluídas na cadeia de suprimentos e serviços que atendem as propriedades rurais.  A pesquisa foi divulgada nesta terça-feira (17), durante o 2º Congresso Nacional da Mulheres do Agronegócio – Liderança Globalizada, Empreendedora e Integrada, realizado em São Paulo e contou com o patrocínio da Bayer, DuPont, Adama, Matsuda e Yara.

Ainda que o levantamento ainda detecte algum preconceito em relação a atuação das mulheres no campo – 44,2% delas sentiram preconceito sutil, enquanto 30% acusam preconceito evidente –, um grupo grande (61,1%) disse não enfrentar nenhum problema de liderança por ser mulher. Um percentual menor (9,4%) destacou que não foi levada a sério, enquanto 8% afirmaram que sentiram desconfiança de outras pessoas com relação a sua habilidade no cargo; 11,7% perceberam dúvida do seu conhecimento; e 8,8% notaram desconfiança em relação a sua capacidade de negociar.

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Entre os dados revelados no levantamento, destaca-se que 49,5% das entrevistadas atuam em propriedades classificadas como minifúndio, 26,1% em pequenas propriedades, 13,5% em médias e 10,9% em grandes fazendas. Por tipo de atividade, 73,1% trabalham dentro das fazendas, 13,9% nos elos da cadeia produtiva após a fazenda e 13% “antes da porteira”.

Em relação ao tipo de atuação, 73% das mulheres trabalham nas atividades dentro da propriedade rural, 3,7% atuam em cooperativas, 3,4% operam na área de insumos, 3% são fornecedoras de produtos ou serviços para a cadeia do agro, 2,8% são do comércio, 2,3% estão em segmentos ligados a governos, e 2,1% trabalham em atividades nos vários segmentos da agroindústria. Quanto à posição ocupada no negócio, a maioria, 59,2% das entrevistadas, é proprietária ou sócia; 30,5% são funcionárias ou colaboradoras; e 10,4% são gestoras, diretoras, gerentes, coordenadoras ou atuam em funções administrativas.

Sobre as perspectivas e o comportamento das mulheres do campo, o levantamento constatou que elas são conectadas com a maioria das modernas ferramentas de comunicação. Entre os principais instrumentos de comunicação, 92,9% utilizam o Facebook, 95,1% o WhatsApp, 68,8% o YouTube, 54,8% o Instagram e 65,3% o Messenger. A respeito dos assuntos sobre os quais as mulheres do campo mais gostariam de aprofundar seus conhecimentos, destacam-se temas relacionados com a formação profissional e ao trabalho: gestão de pessoas (56,8%); gestão empresarial (54,5%); Finanças (33%); e 27,3% negociação. Elas afirmaram se interessar também por: gastronomia (25,8%); tecnologia (20,1%); bolsa de valores (21,5%); e viagens (21,6%).

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