Na manhã desta quinta-feira, 24 de agosto, o renomado empresário e ex-jogador de futebol Ronaldo de Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho, compareceu perante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras para refutar as alegações de seu suposto envolvimento com a empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações LTDA. O jogador negou veementemente ser fundador ou sócio da referida empresa, em contradição ao que tem sido divulgado pelos investigadores da CPI.
Em sua declaração à CPI, Ronaldinho Gaúcho enfatizou: “Eu nunca fui sócio da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda. Os sócios de tal empresa são os senhores Rafael Horácio Nunes de Oliveira e Marcelo Lara Marcelino. Eles utilizaram indevidamente meu nome para criar a razão social dessa empresa”. O jogador também compartilhou que já havia prestado depoimento como testemunha perante o Ministério Público de São Paulo e a Polícia Civil do Rio de Janeiro, reafirmando sua posição de não envolvimento na empresa em questão.
Além de negar categoricamente qualquer vínculo societário com a 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda, Ronaldinho relatou que nunca autorizou o uso de sua imagem ou nome por parte da empresa e que foi, na verdade, vítima dos sócios da mesma. Ele esclareceu que em 2016, um contrato havia sido celebrado com a empresa americana 18k Watch Corporation para a criação de uma linha de relógios com sua imagem. Posteriormente, em julho de 2019, outro contrato foi firmado com a empresa brasileira 18k Watch Comércio Atacadista e Varejista de Negócios, propriedade de Marcelo Lara, visando a utilização de sua imagem para outros produtos além dos relógios. Contudo, Ronaldinho destacou que esse contrato foi rescindido em outubro do mesmo ano e não chegou a ser efetivamente executado.
O jogador revelou que sua desconfiança surgiu quando seu irmão, Roberto de Assis Moreira, informou-lhe que Marcelo estava fazendo uso indevido da imagem de Ronaldinho sem autorização, através da empresa 18k Ronaldinho Comércio e Participações Ltda. Essa empresa estava envolvida na compra e venda de moedas bitcoins e agora é suspeita de operar uma pirâmide financeira.
No início da sessão, o presidente da CPI, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), declarou que Ronaldinho Gaúcho foi convocado para prestar esclarecimentos devido ao uso de sua notoriedade para atrair milhares de brasileiros a investir em uma empresa que se revelou uma pirâmide financeira – a empresa 18k. O depoimento do ex-jogador lança luz sobre a complexidade dessa investigação e traz à tona novas questões sobre as práticas questionáveis que cercam algumas empresas no cenário financeiro atual.
Fonte: Correio do Povo