O Noroeste gaúcho está incrédulo com as circunstâncias em torno da morte de um casal em Ijuí. A dupla foi localizada sem vida, entre terça e quarta-feira, sendo que um dos corpos estava concretado no chão. A suspeita é que as vítimas foram assassinadas por um familiar, que teve a prisão em flagrante convertida para temporária, conforme divulgado pela Polícia Civil nesta quinta-feira.
Os mortos foram identificadas como Rosangela Teresinha Prater Antonello, de 55 anos, e Ademir dos Santos Silva, de 43. A casa onde ambos moravam, no bairro São José, é a mesma em que os corpos foram encontrados.
Na noite de terça-feira, próximo às 22h, uma guarnição da Brigada Militar foi enviada ao imóvel após denúncias que a mulher não era vista em público desde o início de setembro. Ali, os militares foram recebidos por um homem que seria sobrinho dela.
Quando foi indagado sobre o paradeiro dos moradores, ele teria dito que o casal estaria em Passo Fundo, em função de consultas médicas. O homem também alegava ter sido incumbido de tomar conta do imóvel na ausência dos proprietários, adicionando que pedia valores através de Pix para custear o suposto tratamento deles na Região Norte.
Ocorre que, em diligências no interior do local, os militares sentiram cheiro de putrefação. O forte odor era exalado de um banheiro que estava com a porta soldada, mas acumulava moscas varejeiras no entorno. Era lá que estava o corpo da mulher, em avançado estado de decomposição.
O homem argumentou que não sabia da mulher morta no local, porque havia sido chamado apenas para cuidar da residência. Os PMs também encontraram uma arma do tipo garrucha calibre .38 e munições, mas o suspeito teria alegado que os itens eram do tio dele.
Ele foi detido na ocasião, mas acabou sendo liberado após prestar depoimento, por falta de provas. Contundo, o suspeito tornou a ser preso no dia seguinte, por volta das 15h, quando a Polícia Civil localizou o corpo do tio dele em meio a diligências na propriedade.
A segunda vítima teve o corpo enterrado no chão. O cadáver estava coberto por concreto em uma cova de aproximadamente 25 centímetros de profundidade, sendo que a escavação foi feita no piso de um cômodo com portas lacradas. O espaço havia sido interditado sob pretexto de estar “em reforma”.
O suspeito foi preso em flagrante, mesmo alegando novamente não saber que havia um corpo enterrado no recinto. Ele é investigado por duplo homicídio e poderá ficar detido por até 30 dias, conforme preconiza a medida de prisão temporária.
A Polícia Civil não confirma, mas o suspeito teria sido acolhido pelo casal após ficar órfão. A mãe dele seria irmã da moradora de Ijuí encontrada morta no banheiro de casa.
Correio do Povo